segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Apenas 10%





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O que se passa quando sonhamos; o Dèjá Vu; os super-gênios; o Wolverine e seus amigos X-Men, os autistas, os fakires e os Savants tem em comum?

Talvez nada. Talvez muito.

Obviamente X-Men é criação de ficção, porém, inspirada em seres humanos com poderes especiais, talvez nem tanto quanto mostrados na tela, mas com certeza especiais, acima da média dos simples mortais.

Os portadores da Síndrome de Savant – ou simplesmente nomeados “Savants” nas figuras acima -, são pessoas incrivelmente hábeis em algumas atividades que nós, absoluta maioria, não temos afinidade, como memória, memória fotográfica, música, escultura, etc, mas que, ao mesmo tempo, - e isso é incrível -, são incapazes de desenvolver atividades cotidianas como fazer a barba ou comprar pão para o café da manhã.

Por exemplo: Alonso Clemons, primeira figura, é incapaz de se comunicar com as pessoas, mas basta olhar a foto de um animal e ele o transforma em escultura em 3 dimensões, com detalhes anatômicos apurados.

Stephen Wiltshire, na figura dois (se desejar conferir, veja o link : http://youtu.be/ckqDX2XpdyY ) pode sobrevoar uma cidade toda, e depois, numa tela de muitos metros de comprimento, redesenhar toda a cidade, com detalhes como vitrais, pessoas e veículos que passavam naquele momento, etc.

Ou Kim Peek, ( figura 3 ) que não consegue fazer a própria barba, mas, lendo qualquer livro, diz a página e a circunstância de qualquer fato ali narrado... Inspirou o filme RAIN MAN, para quem não viu, estrelado por TOM CRUIZE e DUSTIN HOFFMAN.

Crianças, de dois anos, que tocam piano, violão, guitarra, etc, sem nunca ter tido aulas (nem teriam tempo para isso ). Exemplo: o menino Sunga Jung. Toca no violão ou guitarra desde os três anos de idade, qualquer música por mais complexa que seja, tendo ouvido apenas uma vez.

Ora, nós, inteligentes seres humanos não conseguimos explicar porque sonhamos, e nos sonhos construímos situações onde pessoas que não se conhecem se encontram, temos força para levantar grandes pesos, voamos e saltamos como se não tivéssemos mais que poucos quilos de massa.

Não conseguimos explicar porque, do nada, repentinamente, pressentimos que aquela situação que virá a seguir já foi vivida por nós em algum momento... e não foi, por ser impossível no caso... o Dè Javú.

Vejamos: A Ciência já concorda que a vontade de se curar é meio caminho andado para a cura...  Logo, “vontade” é a mente a serviço de um propósito. O doente, seja de câncer, seja de gripe, seja em recuperação de um trauma por acidente de automóvel,  etc, desde que se proponha a recuperar-se, coloca sua adrenalina, endorfina, cerotonina, Macunaíma e naftalina a serviço do objetivo CURAR-SE e parece que o Universo conspira a seu favor, tamanha a chance de cura que passa a ter.

Uma amiga minha nasceu sem o movimento dos membros, e, aos cinco anos, numa determinada situação conseguiu andar, o que atribui a um milagre.

Pessoas controlam a dor com fogo, frio extremo, espadas, estiletes, pregos e chicotes...  (figura 4 )... Concentração? Foco? Ou domínio da mente?

“Querer é Poder”;   “O poder do SIM”;  “ O Poder do Pensamento Positivo”;  “O Segredo”, etc.

Quem já não ouviu ou até mesmo aprendeu sobre esses paradigmas?

Pois bem: Eu não acredito em milagres, na concepção de um toque divino numa situação específica.

Mas acredito que a maioria de nós utiliza próximo de 10% da capacidade total do nosso HD. Tanto que com treinamentos quase tolos, conseguimos conquistas mentais que depois, parecem insignificantes, como decorar uma lista de compras com 12 itens, ou os nomes de todos os participantes de uma reunião, ( 30 pessoas ) absolutamente estranhos, tendo ouvido seus nomes apenas uma vez.

Logo, uns conseguem proezas cerebrais PRATICANDO e outros já nascem com elas, o que nos mostra que somos mesmo “preguiçosos” e não treinamos nosso cérebro, mas o usamos praticamente como o recebemos, sem muita informação, fazendo só os downloads que a escola, a família e a vida nos oferece cotidianamente. Uns mais, outros menos. Há quem diga que um GÊNIO usa 20% da capacidade total de seu cérebro... Imaginemos usar 100% ???

A Resposta ao questionamento do topo talvez seria: “ A FORMA COMO UTILIZAMOS  NOSSO CÉREBRO”.

domingo, 19 de fevereiro de 2012

Nossas escolhas tão pouco "escolhidas"- II

Dando continuidade no tema “Nossas Escolhas”, saímos da questão afetiva para a profissional.

Filho de Peixe Peixinho É !”    –   “ O Cavaco cai sempre perto do Toco!”

Filho de advogado será o que na vida? E filho de pedreiro? E quem na infância não pensou em ser Engenheiro ou médico?  Os meninos, Bombeiros ou Policiais... claro... E as meninas? Inspiradas nas Professoras, adivinha!

Aposto que um menino nascido lá na MANGUEIRA, tem o sonho de ser CARNAVALESCO, quando crescer. E a menina, PORTA BANDEIRA...

E Filho de Empresário???  Quem é que herdou ou vai herdar as grandes companhias do mundo? Se disser EIKE BATISTA, não está muito longe...

Salvo algumas exceções, saímos aos nossos pais... Freqüentamos os mesmos lugares, convivemos com as mesmas pessoas, participamos da mesma “classe social”, seja ela “A”, “B” ou “E”, lemos as mesmas coisas, assistimos às mesmas programações de TV, na hora do almoço falamos sobre os mesmos temas. Obviamente temos a influencia dos nossos pais nas nossas decisões.

Bem: Muitos de nós ESCOLHEMOS nossas profissões... existem até os chamados testes “vocacionais”, mas não conheço uma pessoa sequer que fez uma determinada faculdade DEPOIS de ter feito um teste vocacional...

Mas será que a profissão que “escolhemos” foi a acertada, ao chegarmos à idade adulta? Será que nos deu dinheiro, mas não nos fez feliz, ou nos fez medíocres? Será que nos deu satisfação mas nos manteve “pobres” ? Será que lá no passado poderíamos ter tomado uma decisão diferente que nos trouxesse êxito nos dois sentidos? Será que será ???

Milan Kundera diz em “A Insustentável Leveza do Ser” que a vida não nos dá a oportunidade de SABER como estaríamos hoje, se em algum momento do passado – E aqui eu digo que o passado pode ser ontem mesmo – tivéssemos tomado decisão diferente daquela tomada.

Não há retorno. Há, sim, recomeços, e isso, a qualquer momento, inclusive, tocados que somos, muitas vezes, por impulsos, repulsas, saco cheio, incentivos, orientações, experiências alheias bem sucedidas, etc, etc.

Falando de mim: Se aos 11 anos eu tivesse PERSISTIDO, quiçá hoje, aos 53 anos, eu não estaria sendo diplomado por BENTO XVI lá em Roma? Sim, porque eu fui seminarista, nessa idade... e poderia ter “seguido carreira”...

E se em 1978 eu tivesse continuado PSICOLOGIA e não mudado para DIREITO logo em seguida???  Ou tivesse ficado na fazenda, lá no Pedro Gomes... Ou tivesse comprado uma bicicleta ao invés de me casar em 1986...

E se, em 1980 eu tivesse aceito assumir as funções na Justiça do Trabalho, em Corumbá, para onde fui lotado, uma vez aprovado em concurso público? Quem ficou com minha vaga tornou-se logo depois Juiz Federal do Trabalho.

E, se em 1982 eu tivesse feito outro concurso que não o da Caixa Econômica Federal e tivesse sido mais FELIZ ao invés de muito BANCÁRIO?

E se...  E se...  Sei lá...

Acho que muitas vezes não ESCOLHEMOS nada... seguimos o rumo, o vento, as “dicas”, as oportunidades, a necessidade...

Prá terminar, acho que o que gosto mesmo é de plantar, sejam sementes, sejam mudas, sejam esperanças, sejam amizades, sejam casas.

sábado, 18 de fevereiro de 2012

Nossas escolhas tão pouco "escolhidas"



Sério. 




Eu estava com idéias interessantes para colocar no meu primeiro contato, neste blog. Sobre Dejavu, sobre Filosofia, sobre Curas inexplicáveis pela “fé”, sobre Sonhos, etc. 




Mas hoje, enquanto desmanchava uma caixa de verduras (e carpintaria e marcenaria são ótimas companhias à meditação), ouvi uma música que me levou a desenvolver um pensamento, com sua conseqüente dúvida: Nossas “escolhas” na vida.

Como direi? Nós somos fruto e conseqüência do meio em que vivemos, salvo pequenas alterações que promovemos, por livre vontade ou por mero acaso.

A maioria de nós nasce, cresce e VIVE numa mesma cidade. Escolha? Não. Escolha seria mudar de cidade. Mas porque mudar??? Na maioria das vezes, não há esse porquê. Numa música gaúcha o compositor pede a Deus: “...E de “lambuja” permita que eu nunca saia daqui...” ( “lambuja” é um excedente gratuito – japa – chorinho ). Vai gostar de pago assim lá no RS.

Daí o gajo encontra “ a mulher da sua vida ” no vilarejo onde ambos nasceram, lá em Minas Gerais, SEM CONHECER AS MILHÕES E MILHÕES DE OPÇÕES FEMININAS DISPONÍVEIS no mundo... Porque não saiu do vilarejo... e olha que podem viver e ter filhos, netos, bisnetos.

Assim a assídua moça educada na cristandade encontra o par ideal numa Escola Dominical, moço charmoso, cantor do coral da igreja, primo do pastor, fazendo cursinho para a faculdade de Medicina... O genro que a mãe dela pediu de joelhos... E, via de conseqüência, casam-se.

E o Executivo da Multinacional, paquerador inveterado, cruza um dia com a Manager da holding que tenta açambarcar a sua Companhia numa disputa hercúlea de poder e grana. Um fica fascinado pela “capacidade” da outra e vice versa ao contrário do mesmo jeito igual. Drinques, convescotes, conosquinhos e um motel ou dois depois, casam-se ! Lua de mel no Caribe, apartamento no Guarujá, dois anos de turbulência e separação litigiosa com uma disputa impressionante dos bens do casal.

Quando nos interessamos pelo sexo oposto (isso da forma convencional, antiga, sem prejuízo de outras escolhas) temos milhares de adjetivos a pesquisar, mas via de regra, nos restringimos a dois ou três, quiçá uma sequência razoável deles, tais quais: Beleza, afinidade religiosa, compatibilidade de idade, posição social, chulé, bafo, escolaridade, etc.

Aí é que mora o perigo: DENTRO DO UNIVERSO DISPONÍVEL DE OPOSITORES (CANDITADOS A PARCEIROS) escolhemos o (a) mais próximo, o que melhor convier... e não vamos atrás de mais opções, mundo a fora.

Aí é que casamento é uma aposta no escuro, pois só o tempo mostrará as  diversas faces da outra pessoa... algumas são insuportáveis... outras, toleráveis, e outras, adaptáveis ao nosso próprio ego.

Daí é que quando alguém diz que fulano casou, o outro pergunta: “CONTRA QUEM??? ”

Almas gêmeas? Desculpe, mas para quem conhece estatística, é provável que se encontre uma em um milhão... o resto é adaptação...