domingo, 19 de fevereiro de 2012

Nossas escolhas tão pouco "escolhidas"- II

Dando continuidade no tema “Nossas Escolhas”, saímos da questão afetiva para a profissional.

Filho de Peixe Peixinho É !”    –   “ O Cavaco cai sempre perto do Toco!”

Filho de advogado será o que na vida? E filho de pedreiro? E quem na infância não pensou em ser Engenheiro ou médico?  Os meninos, Bombeiros ou Policiais... claro... E as meninas? Inspiradas nas Professoras, adivinha!

Aposto que um menino nascido lá na MANGUEIRA, tem o sonho de ser CARNAVALESCO, quando crescer. E a menina, PORTA BANDEIRA...

E Filho de Empresário???  Quem é que herdou ou vai herdar as grandes companhias do mundo? Se disser EIKE BATISTA, não está muito longe...

Salvo algumas exceções, saímos aos nossos pais... Freqüentamos os mesmos lugares, convivemos com as mesmas pessoas, participamos da mesma “classe social”, seja ela “A”, “B” ou “E”, lemos as mesmas coisas, assistimos às mesmas programações de TV, na hora do almoço falamos sobre os mesmos temas. Obviamente temos a influencia dos nossos pais nas nossas decisões.

Bem: Muitos de nós ESCOLHEMOS nossas profissões... existem até os chamados testes “vocacionais”, mas não conheço uma pessoa sequer que fez uma determinada faculdade DEPOIS de ter feito um teste vocacional...

Mas será que a profissão que “escolhemos” foi a acertada, ao chegarmos à idade adulta? Será que nos deu dinheiro, mas não nos fez feliz, ou nos fez medíocres? Será que nos deu satisfação mas nos manteve “pobres” ? Será que lá no passado poderíamos ter tomado uma decisão diferente que nos trouxesse êxito nos dois sentidos? Será que será ???

Milan Kundera diz em “A Insustentável Leveza do Ser” que a vida não nos dá a oportunidade de SABER como estaríamos hoje, se em algum momento do passado – E aqui eu digo que o passado pode ser ontem mesmo – tivéssemos tomado decisão diferente daquela tomada.

Não há retorno. Há, sim, recomeços, e isso, a qualquer momento, inclusive, tocados que somos, muitas vezes, por impulsos, repulsas, saco cheio, incentivos, orientações, experiências alheias bem sucedidas, etc, etc.

Falando de mim: Se aos 11 anos eu tivesse PERSISTIDO, quiçá hoje, aos 53 anos, eu não estaria sendo diplomado por BENTO XVI lá em Roma? Sim, porque eu fui seminarista, nessa idade... e poderia ter “seguido carreira”...

E se em 1978 eu tivesse continuado PSICOLOGIA e não mudado para DIREITO logo em seguida???  Ou tivesse ficado na fazenda, lá no Pedro Gomes... Ou tivesse comprado uma bicicleta ao invés de me casar em 1986...

E se, em 1980 eu tivesse aceito assumir as funções na Justiça do Trabalho, em Corumbá, para onde fui lotado, uma vez aprovado em concurso público? Quem ficou com minha vaga tornou-se logo depois Juiz Federal do Trabalho.

E, se em 1982 eu tivesse feito outro concurso que não o da Caixa Econômica Federal e tivesse sido mais FELIZ ao invés de muito BANCÁRIO?

E se...  E se...  Sei lá...

Acho que muitas vezes não ESCOLHEMOS nada... seguimos o rumo, o vento, as “dicas”, as oportunidades, a necessidade...

Prá terminar, acho que o que gosto mesmo é de plantar, sejam sementes, sejam mudas, sejam esperanças, sejam amizades, sejam casas.

2 comentários:

  1. "Não há retorno. Há, sim, recomeços" (...) Vejo que já está se dando bem com o Blog! Está ótimo! Aliás, e se tudo tivesse sido diferente, né? Talvez hoje nem nos conheceríamos, e esse blog não existiria... Isso me fez lembrar do "Mundo de Sofia"... A vida é uma coisa meio esquisita mesmo! Mas é legal!

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    1. Laís! Muita gentileza sua comentar a postagem. Agradeço o elogio. Lembrou-se do Mundo de SOFIA, na minha opinião, uma analogia à filoSOFIA. Legal. É uma faceta da interação que o blog pretende. Aliás, você contribui muito, e poderia ser Sofia... hehehe

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